
Era final da manhã de 25 de julho de 2011, uma segunda-feira, e a Polícia Civil é informada de que nas proximidades do Parque de Exposições Juvino Oliveira, na estrada de acesso à Fazenda de Dona Naná, há um corpo, sem vida, dentro de um carro. Para surpresa da própria polícia, o corpo era do empresário Leandro Ferreira Barros, de 29 anos (à época).
Filho do casal Wilson Barros (já falecido) e Sônia Ferreira Barros, “Léo Gordo”, como era carinhosamente conhecido, foi brutalmente assassinado a tiros dentro do carro da sua genitora.
Seis dias após o crime, Lucas José Lacerda de Santana, acompanhado de advogados, se apresentou à Polícia Civil. Disse que matou o empresário para não morrer, porque estava sendo ameaçado de morte por ele. Essa versão não foi sustentada pelas investigações.
Chamou a atenção dos policiais a frieza e a riqueza de detalhes com que Lucas descreveu todo o desenrolar do crime, principalmente durante a reconstituição:
“Consegui segurar a arma de Léo e, quando lutava com ele, a arma disparou na direção de sua cabeça. Léo caiu sobre o banco e eu saí do carro, passando em frente do veículo, me dirigindo até o lado do motorista, onde ele estava caído. Nesse momento, fiz um disparo na direção das suas costas”, contou o homicida.
Uma das imagens da reconstituição
O delegado titular, Roberto Júnior, representou pela prisão de Lucas, sendo ele detido em Porto Seguro, no Sul do Estado, no dia 18 de agosto. O assassino ficou preso por exatos 06 meses e 27 dias, sendo posto em liberdade por força de alvará de soltura.
SENSAÇÃO DE IMPUNIDADE
Lucas
A decisão de liberar o assassino de “Léo Gordo” partiu do Tribunal de Justiça do Estado, após recurso impetrado pelo seu advogado. Com isso, está repondendo ao crime em liberdade. A justiça criminal de Itapetinga havia negado pedidos de habeas corpus.
Mesmo cientes do bom trabalho da Polícia Civil e da justiça de Itapetinga, os familiares do empresário cobram uma maior aceleração no processo, porque a liberdade de Lucas tem gerado em todos a sensação de impunidade.
Essa preocupação é demonstrada em e-mail recebido pela edição do Itapetinga na Mídia: “Choca ver o assassino do nosso ente querido solto, circulando no meio da sociedade como se nada tivesse acontecido”, diz a nota assinada pelo tio, Márcio Ferreira.
“Ainda choramos a falta de Léo e, apesar de tudo, acreditamos que a justiça será feita”, acrescenta o tio.
MUITOS SONHOS
Leandro Ferreira Barros, morto aos 29 anos, tinha muitos sonhos, como qualquer jovem de sua idade. Em site de relacionamento ele evidenciou isso:
Justiça é apenas uma ilusão social e essa jamais será realmente feita. O prejuizo fica sempre com quem morreu.
Ao meu ver existem duas alternativas para acalentar a dor, uma é simplesmente se conformar com a situação e a outra é partir para uma atitude mais contundente (se é que me entendem). Em ambas as situações há um prezuizo moral, ou você fica tachado de passivo e covarde, ou de radical e justiceiro. Eu não suportaria ser apontado para o resto da vida como COVARDE.