DELEGADO, PROMOTORA DE JUSTIÇA E DEFENSOR PÚBLICO DISCUTEM O PROBLEMA DA SUPERLOTAÇÃO NA CARCERAGEM DO COMPLEXO POLICIAL…

Visando encontrar alternativas para sanar os graves problemas da superlotação da carceragem do Complexo Policial de Itapetinga, estiveram reunidos na sede da 21ª Coordenadoria Regional de Polícia, o delegado plantonista, Dr. Marcos Augusto Larocca, a promotora de justiça da Vara crime, Dra. Carolina Bezerra Alves e o defensor público no município, Dr. Afonso Neto.

Com uma população carcerária acima de sua capacidade, o Complexo Policial de Itapetinga requer atenção das autoridades, foi o que motivou uma reunião na própria unidade na manhã de ontem (quarta-feira, 30/01), no gabinete do delegado titular (Dr. Roberto Júnior – em gozo de férias), presidida pela promotora de justiça, Dra. Carolina Bezerra, que nos últimos dias tomou conhecimento do péssimo comportamento de alguns detentos e as constantes reclamações de delegados e funcionários da COORPIN, diante dos últimos fatos registrados.

O Complexo Policial de Itapetinga possui 10 celas e teria capacidade para no máximo abrigar 20 presos, mas atualmente está com 90, o que transforma o local em um verdadeiro barril de pólvora. Estão presos na unidade, indivíduos envolvidos com todo tipo de crime (homicídio, furto, roubo, estupro, tráfico de drogas, latrocínio, formação de quadrilha, entre outros).

Sem espaço físico para abrigar adequadamente todos os detentos, a carceragem do Complexo Policial transforma-se numa "Bomba", pois o presos também têm direitos garantidos. Talvez Itapetinga ainda não parou para avaliar o tamanho do risco que a população corre com a existência de uma unidade prisional tão complexa, um verdadeiro presídio instalado na zona urbana, numa localidade habitada, no quarteirão de quatro unidades escolares (Colégio Estadual Polivalente, Escola Municipal Rosalina Verper, Escola Municipal Maria Amélia e mais um pouco à frente, o Colégio Modelo).

Paralelo a isso, nós temos os bairros Ecosane, Vitória Régia, Urbis e Nova Itapetinga que limitam com o quarteirão do Complexo Policial, colocando em risco a população no caso de uma fuga em massa.

Risco Iminente:

Todos os dias os presos tentam escapar, a grade de segurança do Banho de Sol já não comporta mais o peso de tanta barra de ferro (molas de caminhão), ela pode se desprender das  paredes laterais e despencar matando detentos que estiverem no referido pátio. As paredes e grades internas das celas também sofrem danos na estrutura com o passar do tempo.

A unidade não foi construída com a finalidade de presídio, seria uma delegacia para custodiar o preso até a instrução do processo e julgamento do mesmo, mas o volume de processo na Vara Crime em Itapetinga é assustador, cresce a cada dia. Com isso, o juíz responsável encontra dificuldade para conseguir vaga em presídios do estado para recambiar os presos julgados e sentenciados.

Todos os meses a juíza titular da Vara Crime, do Tribunal do Júri e Execuções Penais, Dra. Juliane Nogueira Santana Rios, envia de oito a dez detentos para a Colônia Penal de Jequié, mas quando saem 08, entram seis  / sete, por conta de prisões em flagrantes ou por ordem judicial, pessoas envolvidas com o crime.

O CAOS…

Ultimamente, os presos brigam por qualquer coisa, espancam colegas de celas, tentam fuga 24 horas, reclamam do banho de sol, da água, das condições insalubres, do espaço pequeno dentro das celas, da comida, do cardápio, do cafe da manhã, da demora da instrução e julgamento dos processos, sem levar em consideração as dificuldades que a juíza Julianne Nogueira tem encontrado para resolver todos os problemas como gostaria, enfim, são muitos os problemas verificados "in loco".

Nas últimas duas semanas, três detentos por pouco não morreram no interior das celas, vítimas de espancamentos, violência liderada pelos presos problemáticos "Nego Ivan, "Mayfrend", "Cebola" e "Boquinha".

O Medo…

Em qualquer lugar do país a situação não é diferente. Toda cela tem um líder, dentro da unidade sempre aparece a figura do líder, aquele que manda e os demais obedecem. Assim acontece no Complexo Policial de Itapetinga. Esse "quarteto" vem liderando e incitando a violência, a desarmonia, brigas, espancamento, tentativas de fugas e de rebelião.

Como o número de celas é insuficiente para separá-los ou isolá-los, o clima é sempre tenso. Durante o plantão noturno, os agentes que respondem pela carceragem não têm sossego, o tempo todo, ficam de campana nos fundos da unidade (Complexo Policial)  e de olho no monitor do circuito interno, vez que é comum o alarme disparar constantemente.

Alerta…

Qualquer barulho ou cantoria aleatória, é um sinal de que os presos estão tentando alguma coisa, na maioria das vezes os policiais obtêm sucesso, pois quando a carceragem passa por uma minuciosa revista, são encontrados objetos de toda espécie, pedaços de serra enrolados em papel, "teresa" (uma espécie de escada confecionada com lençóis), aparelhos celulares, carregadores, até droga dentro de pão ou lanche enviados pelos familiares, companheiras ou visitantes (mulheres) que levam determinados objetos introduzidos na "vagina".

Perguntar não ofende a ninguém…

Se hoje optasse pela extinção da carceragem do Complexo Policial de Itapetinga, para onde seriam transferidos os presos (90)? 
Como ficariam as famílias desses detentos, vez que residem em Itapetinga?
Porque não se pensa em construir um Presídio Regional em Itapetinga, bem longe da zona urbana, pois podemos considerar a existência de "Um", onde funciona o Complexo Policial?
Policial Civil não tem a função de agente de carceragem, e, quando deixa de exercer sua verdadeira função (INVESTIGAR), a população fica a ver navios, pois ao invés de investigar os crimes que são registrados pelas vítimas, o policial tem que tomar conta de preso e responder pelo mesmo, levá-lo à audiência no fórum, para atendimento médico, recambiamento ao presídio ou trasferência de unidade prisional, alimentação, cusódia, etc
 
Com a resposta, as Autoridades ou qualquer cidadão que queira entrar na discussão. O que nao pode continuar acontecendo, é fingir que tudo é bonitinho e perfeito. "Estamos de Olho Jovem"!
 
Reportagem: Sizinio Neto / Repórter Policial há 17 anos.

 

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Sobre Sizinio

Natural de Itapetinga, Evangélico, Casado com Cris Sousa, Radialista / Locutor Noticiarista / Repórter Policial há 28 anos. Trabalhou na Rádio Fascinação durante 13 anos como âncora do Programa NA BOCA DO POVO. Teve passagem nas Rádios Cidade FM e Jornal AM, foi Agente Público (Administrativo) da DT de Itapetinga (Delegacia Territorial) até 2016. Líder Comunitário, Presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública, membro e representante da Federação dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública do Estado da Bahia no Território Médio Sudoeste, presidiu por três anos a Coordenação Municipal de Defesa Civil de Itapetinga (COMDEC), foi membro do Conselho Penal da Comarca de Itapetinga, presidiu a Associação de Moradores da Nova Itapetinga (AMONI), foi por dois anos, Assessor de Comunicação da SIBI (Segunda Igreja Batista de Itapetinga - período 2017/2019) e é um dos Editores do Itapetinga na Mídia... Contato: Whatsapp (77) 98818-9065 (Whatsapp) / E-mail: reportersizinio@gmail.com

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Um pensamento em “DELEGADO, PROMOTORA DE JUSTIÇA E DEFENSOR PÚBLICO DISCUTEM O PROBLEMA DA SUPERLOTAÇÃO NA CARCERAGEM DO COMPLEXO POLICIAL…

  1. irmão disse:

    A COMIDA SERVIDA AOS PRESOS SÃO DE OTIMA QUALIDADE, E NEM TODO PAI DE FAMILIA TEM A COMIDA QUE OS PRESOS TEM NA HORA DO ALMOÇO.
    PRESO É PRESO, E NÃO DIREITO A NADA , HÁ NÃO SER DE FICAR PRESO.
    E CUMPRIR SUA PENA.

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