
O então advogado-geral da União, André Mendonça, ao lado do presidente Jair Bolsonaro. ESTADÃO CONTEÚDO
A resistência de setores do Senado ao nome de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal fez com que o presidente Jair Bolsonaro sinalizasse nos últimos dias, inclusive para os demais cotados à vaga, que pode mudar o rumo da indicação.
O gesto acendeu um sinal amarelo entre evangélicos, que reagiram hoje em reunião com o presidente e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Cobrado por pastores e parlamentares da frente evangélica, Bolsonaro teria repetido, inclusive diante de Mendonça, a promessa de que manterá sua indicação a qualquer custo.
Pacheco, por sua vez, deu indicação de que pode mediar um acordo com o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para que a oitiva de Mendonça seja marcada. Pessoas próximas ao presidente do Senado disseram à CNN que, na reunião com líderes evangélicos nesta quarta-feira (15), ele se comprometeu a trabalhar para que a sabatina de Mendonça seja realizada o quanto antes.
De acordo com relatos, Pacheco afirmou aos religiosos que o Senado “não pode seguir com esse constrangimento” e que tem que cumprir seu papel constitucional de analisar um nome indicado pelo presidente da República.
Participaram do encontro nomes como o pastor Silas Malafaia (Vitória em Cristo), o bispo Abner Ferreira (Ministério Madureira) e o apóstolo Estevam Hernandes. Os senadores Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e Carlos Viana (PSD-MG), além do deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), também estiveram presentes.
A CNN apurou que a resistência de Davi Alcolumbre (DEM-AP) em pautar a data da sabatina tem respaldo do Palácio do Planalto. Senadores e deputados disseram, em caráter reservado, que o presidente Jair Bolsonaro estaria por trás do movimento.

O indicado ao Supremo, André Mendonça / REUTERS