Desacelerar é o novo presente: o luxo esquecido da infância

Num mundo em que a história corre, e cada dia mais se apressa, diminuir o ritmo pode ser o maior presente que damos à infância de uma criança. No Dia das Crianças, vale lembrar que desacelerar é mais do que um gesto de cuidado, é uma forma de ensinar fé, equilíbrio e amor.

Em meio à correria da vida moderna, talvez o maior luxo da infância na atualidade seja o tempo, que pode e deve ser vivido com momentos de intensidade e calma. Mas as crianças estão crescendo cercadas por estímulos, cobranças e compromissos que roubam o direito de simplesmente ser. O presente mais valioso não é o brinquedo que se compra, mas o tempo que se compartilha.

Segundo a psicóloga Patrícia Penteado, orientadora da Escola do Futuro Brasil, vivemos dias em que até o silêncio parece urgente, diante da quantidade de telas e estímulos a que todos estão expostos, inclusive crianças. Praticamente não sobra espaço para brincar de verdade, nem para descansar. O tempo livre se tornou artigo de luxo.  Ela explica que esse ritmo tem formado crianças ansiosas. “A ansiedade infantil nasce menos da fragilidade da criança e mais do ambiente em que ela está inserida. Quando tudo ao redor exige performance, a infância se torna um palco e não um abrigo”, afirma.

Segundo a psicóloga, o excesso de estímulos faz com que a criança viva em alerta constante, sem tempo para processar as próprias emoções. Mas a infância exige pausa, erro, descoberta, descanso e brincadeira.

Brincar é resistência

Enquanto muitos adultos se preocupam em preencher cada minuto das crianças com cursos, esportes ou reforços escolares, esquecem que a brincadeira livre (aquela sem regras, sem roteiro e sem objetivo) é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento emocional.

“A brincadeira livre é a principal forma de autoterapia da criança. Quando ela negocia regras com os amigos, resolve conflitos e lida com frustrações, está treinando a resiliência”, explica a psicóloga. Brincar de forma espontânea também estimula a criatividade, a empatia e a capacidade de resolver problemas, competências que farão toda diferença na vida adulta.

No fundo, de acordo com Patrícia, o que está em jogo é o direito de viver o tempo da infância. Um tempo de descoberta, curiosidade e imaginação, que não precisa ser “otimizado” ou “produtivo”.

O olhar da fé

A pastora Ivonne Muniz, da Igreja Vida Nova, lembra que a infância é um tempo sagrado. “No calendário, o Dia das Crianças é uma data para presentear, brincar, celebrar. Mas na perspectiva de Deus, esse dia fala de algo muito mais profundo: o valor que as crianças têm no Reino. Jesus foi claro ao dizer: ‘Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são como elas.’ (Marcos 10:14)”, destaca.

“É nessa fase que os fundamentos da fé são construídos. Cada oração antes de dormir, cada passagem bíblica compartilhada com carinho, cada gesto de amor no nome de Jesus, tudo isso planta sementes eternas no coração das crianças e adolescentes”, afirma a pastora Ivonne, que é diretora da Escola do Futuro Brasil.

Segundo ela, este ganho de tempo com a convivência de qualidade com a criança se reflete na formação dos adultos do futuro.  “Pais, não subestimem a força espiritual de seus filhos. Eles aprendem sobre Deus muito mais pelo exemplo do que pelas palavras. Ensinem a fé com constância, paciência e alegria. Por isso, ensinar com o exemplo é a forma mais bonita de discipulado dentro de casa”, afirma.

Cuidar das crianças hoje é proteger os adultos de amanhã. E talvez o maior ato de coragem neste tempo seja ensinar uma criança a desacelerar, a brincar sem pressa, a rir sem meta, a descansar sem culpa. Porque, no fim das contas, o que cura não é o excesso de estímulos, mas o encontro entre um adulto que acolhe e uma criança que finalmente pode respirar. Por Portal Comunhão 

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Sobre Sizinio

Natural de Itapetinga, Evangélico, Casado com Cris Sousa, Radialista / Locutor Noticiarista / Repórter Policial há 28 anos. Trabalhou na Rádio Fascinação durante 13 anos como âncora do Programa NA BOCA DO POVO. Teve passagem nas Rádios Cidade FM e Jornal AM, foi Agente Público (Administrativo) da DT de Itapetinga (Delegacia Territorial) até 2016. Líder Comunitário, Presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública, membro e representante da Federação dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública do Estado da Bahia no Território Médio Sudoeste, presidiu por três anos a Coordenação Municipal de Defesa Civil de Itapetinga (COMDEC), foi membro do Conselho Penal da Comarca de Itapetinga, presidiu a Associação de Moradores da Nova Itapetinga (AMONI), foi por dois anos, Assessor de Comunicação da SIBI (Segunda Igreja Batista de Itapetinga - período 2017/2019) e é um dos Editores do Itapetinga na Mídia... Contato: Whatsapp (77) 98818-9065 (Whatsapp) / E-mail: reportersizinio@gmail.com

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