HISTÓRIA DE VIDA ESPORTIVA DE DEUSDETE VIEIRA PLÍNIO (DÉ SEBIM).

 Deusdeth Vieira Plínio, “Dé Sebim”, é o nosso convidado do quadro desta semana. Nascido em 18.08.1944, é casado com Idália Lima Santos Plínio e pai de 6 filhos: Denilson, Edmilson, Washington, Sinere, Adolfo e Vírgia. Filho de João Vieira Plínio e Tereza Maria de Souza, começou na vida esportiva ainda menino, aos 11 anos, jogando pelo Flamengo de Mestre Juarez. Em seguida, foi para o juvenil de Nego Gerson.

“Depois fiquei no Vasco de Adonias, um time bom que tinha na época, aceitei o convite. Em 69 me recordo que ia ter um campeonato forte, com a disputa maior entre Vasco e Bangu para ver quem era o campeão. Na época Adonias fez uma reunião com Dr. Deca para ver se eles lançavam como titular eu ou Coalhada. Optaram por meu nome e por sorte minha fiz o gol da vitória”, contou Dé Sebim, enfatizando que Coalhada era também um bom jogador, irmão de Durvalino.

Dé Sebim na Seleção que teve Garrincha como integrante

Dé Sebim ficou atuando pelo Vasco um bom tempo, até que Adonias passou o time para Agnaldão das confecções. Com a morte de Agnaldo, o Vasco acabou. “Foi lamentável, mas como o time tinha se desfeito, eu acabei sendo procurado pelo pessoal do Ipiranga. Na época, eu me casei e até ganhei do time toda a mobília de minha casa. Fiquei por lá dois anos. Com a ida de Adonias para o Bangu, Carlinhos Gagliano também me chamou para ir para o Bangu. Mas como eu já tinha um compromisso com o Ipiranga, relutei, pois o time inclusive me bancava o aluguel.

Eles começaram uma disputa em valores pelo meu passe, sei que na época eu ganhava 60 cruzeiros pelo Ipiranga e Gagliano cobriu todas as ofertas que eu tinha do time, me oferecendo 100 para assinar pelo Bangu, até que eu acabei cedendo”, se recorda o jogador, que mesmo preterido pelos banguenses, ainda teve que curtir um ano sem poder jogar pelo campeonato oficial pelo Bangu, atuando apenas nos amistosos. Depois acertou uma temporada boa, participando dos tempos áureos do “Papa Taça”.

Pela Seleção de Itapetinga Dé Sebim atuou de 1969 a 1976. Lateral direito afamado, diz se recordar com saudades dos bons tempos do selecionado itapetinguense. O time tinha um carinho especial da torcida, que sempre apoiava os jogadores e fazia festa nas vitórias. Considerado um polivalente, Dé não esconde que tinha facilidade de atuar em qualquer posição, “menos como goleiro ou lateral esquerdo”, reforça, acrescentando que o lado direito do campo sempre foi o seu preferido.

Foi funcionário da farmácia de Adonias durante 13 anos. Conta que ganhou o apelido de um rapaz de nome Jessé, que jogava junto com ele no Vasquinho de Gerson, e que volta e meia saíam para caçar “e como eu tinha a mania de tentar matar qualquer passarinho com bala, ele me colocou o apelido de ´Sebinho´, que virou ´Sebim´ por isto e por causa da minha estatura e porte físico”.

Ele destaca Buré como um dos melhores jogadores que conheceu. “Eu gostava de jogar ao lado de Buré, era muito bom, se identificava rápido com o jeito da gente jogar. Também tive o prazer de jogar ao lado de gente boa também no futebol, como Clésio, Luizão, Jurandir, Babá, Zé Raimundo, enfim, pessoas que me deram verdadeiras aulas com a técnica que tinham, pois eu joguei apenas uma partida no aspirante, saindo logo para o time titular. Me senti como um verdadeiro aluno daquele povo bom de bola”, lembrou Deusdeth, que jogou até os 33 anos. Atualmente não joga mais, devido a dores em uma das pernas.

Veloz, preferia atacar mais do que defender. “Clésio, Buré ou Jurandir sempre que eu descia para atacar, faziam a minha cobertura. Eu voltava em seguida para a posição de um deles, para não dar nada errado”, relembra, enfatizando que o Bangu era um time onde todos se identificavam com a maneira e estilo de jogar do outro.

O veterano enfatiza que seu maior troféu no futebol foi só ter feito amizades. Não tem inimigos e não guarda rancor de nenhum dos dirigentes ou colega de time por onde passou. “Tenho Adonias e Dr. Deca como pessoas que admirei e admiro até hoje, pelos conselhos que me davam. Me recordo até que eles se preocupavam em nos arranjar emprego. Na época em que queriam me levar para Itabuna, jogar por lá, disseram que me arranjariam uma farmácia para trabalhar, mas eu era muito apegado a minha mãe e preferi ficar. Mas cheguei a ir com Durvalino para Ilhéus, para fazer um teste no Cruzeiro da Vitória, junto com Roxo e Zé Gordão, ficamos lá 18 dias treinando. O técnico gostou da minha atuação e de Roxo, mas quando a gente foi assinar o contrato, o presidente do time acabou pedindo um tempo, pois estavam com dificuldades financeiras, devendo, enfim, não deu certo.”

A partida do Vasco contra o Bangu, quando ele fez o gol de vitória para o Vasco, foi na opinião do veterano jogador uma das melhores que já participou. “Eu era moleque ainda no meio daquele povo todo experiente, fiz o gol de vitória do Vasco em cima do Bangu, foi um momento que ficou na minha memória e que deu muito o que falar na época”, disse Dé.

Dé Sebim teve o prazer de jogar ao lado do jogador Garrincha, em sua visita a Itapetinga, quando vestiu a camisa do selecionado itapetinguense. “Foi um bom jogo, ele realmente era aquilo que a gente ouvia falar, assistia pela tv e ouvia pelo rádio, um craque, mas com muita humildade”. Se eu pudesse, gostaria também de ter jogado ao lado de Zico, ex-craque do Flamengo do Rio, time para o qual torce desde criança.

Deusdeth Vieira Plínio sempre preferiu a missão de fazer os gols. Mas admite que experimentou durante curto tempo a idéia de dirigir o Flamenguinho na Nova. “Foi um tempo rápido, me recordo até que foi quando Pelecotó estava começando a jogar, ele foi o centroavante de nosso time lá”, lembrou, saudoso.

Soires, Gerson e Durvalino foram jogadores que atuaram junto com Dé Sebim e que tiveram a oportunidade de jogarem depois profissionalmente. “Eu tenho a impressão de que também tinha condições de jogar profissionalmente, mas não aceitei os convites que surgiram, era muito apegado à família. Infelizmente não deu certo em Ilhéus na época, mas voltei satisfeito pra casa, ao meu trabalho na farmácia e tudo bem graças a Deus”.

Disciplinado, sempre procurou evitar os cartões. Mas se recorda que jogando em Itapetinga foi expulso ao responder a uma pancada que recebeu de um ponteiro. E em Itororó expulso pelo juiz Valdélio. “Ele era pai do jogador Tonhão. Me expulsou assim sem mais nem menos… e pouco tempo depois expulsou o próprio filho dele”, recordou Dé, entre risos.

Pelo Intermunicipal, se recorda que teve dificuldades de marcar Davi Chaves, ponta esquerda de Ipiaú, que chegou depois a jogar no Guarani e foi também técnico campeão de Itapetinga pelo Intermunicipal.

“Durvalino era o nosso técnico na época e me deu a ordem de combater Davi a todo custo. Eu disse a ele que ia apenas jogar a minha bola, mas ele me chamou a atenção de que Davi era o melhor jogador de Ipiaú e que eu precisava barrar ele. No primeiro lance Davi recebeu a bola, passou por mim e cruzou. Aí Buré me avisou que da próxima vez que ele pegasse a bola eu fosse, que ele me daria cobertura. Quando ele voltou a passar por mim, Buré acabou marcando ele muito forte. Foi levado para fora de campo e nem tinha ainda 10 minutos do primeiro tempo e não voltou mais”, contou o jogador, lembrando que era difícil Itapetinga perder para Ipiaú. O time mais duro de enfrentar era Jequié. Contra este time, Itapetinga perdeu por 8 x 1 em Cachoeira de São Félix.

Dé Sebim disse que vai continuar suas idas e vindas a São Paulo e Itapetinga, cidade onde tem bons amigos e boas recordações. O ex-atleta há muito tempo não comparece ao Primaverão, pois há quase 14 anos está morando em São Paulo. Quando vem à cidade natal, prefere ir pescar com amigos, mas disse que neste domingo vai assistir ao jogo da seleção de Itapetinga contra o time de Itambé, a convite de Chico.

 Reprodução: http://dimensaojornal.com.br / Hernando Cardoso "Olho Vivo"

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Sobre Sizinio

Natural de Itapetinga, Evangélico, Casado com Cris Sousa, Radialista / Locutor Noticiarista / Repórter Policial há 28 anos. Trabalhou na Rádio Fascinação durante 13 anos como âncora do Programa NA BOCA DO POVO. Teve passagem nas Rádios Cidade FM e Jornal AM, foi Agente Público (Administrativo) da DT de Itapetinga (Delegacia Territorial) até 2016. Líder Comunitário, Presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública, membro e representante da Federação dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública do Estado da Bahia no Território Médio Sudoeste, presidiu por três anos a Coordenação Municipal de Defesa Civil de Itapetinga (COMDEC), foi membro do Conselho Penal da Comarca de Itapetinga, presidiu a Associação de Moradores da Nova Itapetinga (AMONI), foi por dois anos, Assessor de Comunicação da SIBI (Segunda Igreja Batista de Itapetinga - período 2017/2019) e é um dos Editores do Itapetinga na Mídia... Contato: Whatsapp (77) 98818-9065 (Whatsapp) / E-mail: reportersizinio@gmail.com

2 thoughts on “HISTÓRIA DE VIDA ESPORTIVA DE DEUSDETE VIEIRA PLÍNIO (DÉ SEBIM).

  1. rogerio brito disse:

    gostei da matareia ..continua assim um abraço..

  2. Luiz Maia disse:

    A matéria está ótima, mas vocês deveriam identificar os outros jogadores da foto.

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