Qualquer leitor perspicaz, atento, ao ler um texto, seja ele de conteúdo controverso ou não, é conveniente acautelar-se das intenções alienadoras, subliminarmente colocadas nas anotações do autor, se possível confrontá-lo com outras fontes que eventualmente tenham emitido opiniões sobre o mesmo assunto, para não ser injusto consigo mesmo, com o seu semelhante e com a história.
Desde priscas épocas, período de minha iniciação na vida pública, no velho MDB, mas precisamente nos anos 70, era hábito incluir no meu cardápio de leitura, editorialistas politicos dos mais diferentes matizes politicos ideológicos. Mesmo inconscientemente, eu me precavia contra os alienadores da crônica política de então. É uma regra que eu não me descuro. E é bom que seja assim.
Pois bem. O que tem haver o escrito que se segue, com o seu preâmbulo. Como política é um tema instigante, o objetivo é dar ao leitor a oportunidade de checar o que se escreve com outras fontes disponíveis, antes de eventual juízo de valor.
Com a confirmação de Rui Costa, secretário estadual da Casa Civil do Estado, anunciado pelo diretório do PT, bancado pelo Governador Wagner, como candidato à sua sucessão, em desalinho com segmentos importantes do seu partido que defendiam outro candidato, e a virtual possibilidade de Geddel Vieira Lima (PMDB), vir a ser o candidato das oposições, com a vênia da direção deste SITE, teci algumas considerações a respeito das primeiras mexidas do tabuleiro sucessório, por julgá-lo provocante.
Todavia, para ser leal com a introdução deste texto, não abri mão antes de ponderar sobre o assunto, de recorrer a publicações anteriores, onde eu deixei claro, as razões pelas quais eu não acreditava que as oposições fossem capazes de vencer os antagonismos, daquele momento, que ainda persistem, envolvendo os seus personagens na consecução dos seus objetivos.
Enquanto o chamado baixo clero (sem nenhuma conotação pejorativa) dos grupos que se digladiavam com José Carlos Moura, celebrava a possibilidade de união das oposições, o médico José Otávio Curvelo (DEM), Michel Hagge (PMDB), mantinham-se equidistantes da discussão, numa demonstração inequívoca de que as feridas que os distanciavam da vida pública, ainda não tinham cicatrizadas.
O sonho amalgamado nas coxias políticas de Itapetinga, por setores que não vislumbravam outro jeito de desapiar José Carlos Moura do poder, como disse no post anterior, deu água, e o processo eleitoral seguiu seu curso natural, sem maiores sustos para os articuladores da campanha do prefeito JCM. A pretensa engenharia eleitoral fracassou. A tessitura do suposto acordo não passava pelo crivo da população, que assim com este escriba, não acreditava que fosse possível.
Em minha última participação no programa “A Boca do Povo”, da Rádio Fascinação, comandado por José Elias, Boni Cordeiro e o acadêmico de Direito Ricardo Ferraz, instado a falar sobre o editorial postado aqui, intitulado “breves reflexões sobre o tabuleiro sucessório baiano”, repeti a análise de tudo que fora dito, e porque eu não acreditava que Geddel Vieira Lima (PMDB), em razão de seu histórico de incompatibilidade com o falecido ACM, e o desconforto que ocasionaria nas bases dos seguidores e simpatizantes do velho líder, seria capaz de unir as oposições.
Seguindo o viés democrático do programa, um ouvinte se dissentindo do que eu havia dito, afirmou “que tanto em Itapetinga como na Bahia o acordo celebrado entre o DEM e PMDB contava com aprovação de suas lideranças regionais, e dava como certo o nome de Vieira Lima, como candidato”.
Ora amigos, não precisa ser cientista político, para concluir que as coisas não são bem assim: nem sempre o que é acordado pelas elites políticas do Brasil, se concretiza na prática. Para corroborar com o que se afirma, basta um olhar mais cuidadoso a respeito da união de Marina Silva, do partido Rede Solidariedade (sem registro), detentora de (19,33% dos votos válidos) nas eleições presidenciais de 2010, com Eduardo Campos (PSB). Este foi o motivo de retornar ao tema.
No primeiro momento, a aliança que parecia ser a carta na manga que o Governador de Pernambuco precisava para alavancar à sua candidatura, não obteve o resultado pretendido. As bases das duas agremiações partidárias não assimilaram bem a ideia. A avaliação de Campo pelos institutos de pesquisas, não aumentou um ponto percentual. Marina Silva não foi capaz de transferir o seu capital político para o Governador de Pernambuco, candidato à presidência da república.
Moral da história: As cúpulas do Solidariedade e PSB, não convidaram o povo, o principal ator do processo eleitoral, para celebrar o acordo, e sem sair do reles 9% e Aécio Neves (PSDB), também sem decolar, a presidente Dilma Roussef, se não houver nenhum fato novo, ameaça vencer as próximas eleições ainda no primeiro turno.
Como é sabido por todos, creio, a Carta Política de 1988, que consagra do seu art. 1º de que “Todo Poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, para se adequar aos nossos tempos, deveria incluir “que essa emanação deveria ser acompanhada de permanente consulta aos seus verdadeiros titulares, desde a concepção dos “acordos” até o seu efetivo exercício. O que de fato não acontece. Uma anomalia do sistema representantativo de poder, que será tema de outro post.
Portanto, assim como Campos não conseguiu aumentar o seu capital político com os votos dos simpatizantes de Marina Silva, na Bahia, Geddel não terá vida fácil, ratifico.
Sem nenhum demérito ao obstinado candidato peemedebista.
Acredito que a aliança entre Eduardo Campos e Marina embora não tenha demonstrado resultado, e bem diferente de uma possível aliança dos baianos do DEM e PMDB. Acredito tbm que a alinça do cenário nacional tem um novo jeito de fazer política, por isso eu, particularmente me agrado e acompanho, já no âmbito estadual, seria a volta à velha política carlista que não me agrada. Juraci parabéns pelo texto, estarei acompanhando os próximos.
Belo artigo. Juraci me faz entender melhor a política. teto sem ofensas e bastante elucidativo. parabens amigo. feliz ano novo.
Deixei de me interessar por assunto politicos por causa das baixarias, mas quando leio alguma coisa mais elaborada, com conteúdo volto a animar pela tema discordo de parte do texto, mas no geral é isso mesmo. infelizmente os políticos fazem os seus acordos sem considerar o que o povo pensa a respeito. a gente não esperar outra coisa de juraci nunes. feliz ano novo.