
Um relatório fruto do Mutirão Carcerário realizado pelo CNJ no estado no fim do ano passado foi entregue, em cerimônia no Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), à Presidência da corte e ao governo baiano, representado na solenidade pelo secretário de Administração Penitenciária, Nestor Duarte.
As carceragens das delegacias da Região Metropolitana de Salvador, além de 19 estabelecimentos penais em todo o Estado, foram inspecionadas por dois juízes do Tribunal de Justiça de São Paulo.
A superpopulação de presos nas delegacias é atribuída pelo CNJ, em parte, ao excesso de prisões preventivas decretadas pelos magistrados baianos. “Os juízes precisam avaliar se realmente existe a necessidade da prisão preventiva antes de decretá-la”, afirmou o conselheiro Tourinho Neto.
O juiz Luciano Losekann, coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (DMF/CNJ), disse também que o Estado da Bahia pode ser acionado na Corte Internacional de Direitos Humanos por entidades ligadas aos direitos humanos por conta da insalubridade nas delegacias.
A proposta de transferência dos presos será apresentada pelo conselheiro e pelo juiz ao governador Jacques Wagner nesta terça-feira (10/7), na Governadoria. Outras recomendações ao Judiciário e ao governo baianos para melhorar o quadro de precariedade encontrado durante as inspeções constam no relatório.